Como o Gilberto Gil vê a tecnologia?
Gilberto Gil e a tecnologia
Veja abaixo como o Gilberto Gil trata sobre tecnologia em suas canções e em entrevistas.
Gilberto Gil é um dos artistas que mais reflete sobre tecnologia nas suas composições. Desdo final da década de 60 Gilberto Gil fala sobre o desenvolvimento cientifico e como isso interfere no futuro da humanidade.
Além de cantar e compor muito sobre o assunto Gilberto Gil foi um grande influenciador do debate político sobre os novos rumos da era digital, quando foi ministro da cultura do governo de Lula. Também foi percursor na área, pois em 1996 fez a primeira live, transmissão de uma música por vídeo online, ao vivo.
De acordo com o que Gilberto Gil fala nas suas músicas e entrevista é fácil entender a visão dele sobre a tecnologia. Ele enxerga algo que pode ser bom ou ruim, dependendo da condução. Acredita que a tecnologia vai ajudar a humanidade a se desenvolver mais rápido, mas que esse avanço deve ser bem distribuído e não servir apenas a burguesia.
Qual a formação acadêmica do Gilberto Gil?
Gil é formado em administração de empresas.
Quais músicas do Gilberto Gil falam sobre tecnologia?
Lunik 9 - 1967
Essa música se refere a nave russa que chegou ao espaço na década de 60. Ela fala de possibilidades infinitas da tecnologia, depois que o homem chegou no espaço. A música também fala da busca da humanidade por uma nova terra pois já está esgotando as possibilidades dessa.
Cérebro eletrônico - 1969
Fala do computador, que a máquina pode fazer tudo que o ser humano faz, mas não pensa sozinha, não tem sentimentos é apenas baseada em um algorítimo que reproduz a sua programação.
Essa canção é tão marcante que dá um apelido ao álbum que fala em quase todas as músicas sobre tecnologia.
Vitrines - 1969
Vitrines é uma música onde a tecnologia aparece menos explicita mas está lá. A música em si é uma crítica a sociedade de consumo. Falando de vitrines de lojas mesmo como cofres, que guardam tesouros que só podem ser acessados com o dinheiro.
Na canção Gil chama a televisão de “vitrine de plástico transparente”, falando do crescimento da mídia de massa e da propaganda. Um astronauta na televisão fala de uma propaganda de apologia no contexto político de Guerra Fria.
Futurível - 1969
Essa música é uma distopia, fala de um futuro possível onde a tecnologia domina tudo e a humanidade se transforma em seres de metal humanoides.
Futurível é um futuro hipotético, com base em elementos atuais, procura vislumbrar consequências futuras, possíveis de ocorrer a longo prazo, a fim de estabelecer um modo de ação capaz de alterar o curso dos acontecimentos, evitando a influência do acaso em sua evolução. É o objeto da previsão pela futurologia.
Ao comemorar 80 anos em 2022, Gil lançou uma coleção de NFT's inspirada na música. As primeiras peças são bustos 3D digitas escaneados do corpo do artista, que foram lançadas durante o NFT.Rio, primeiro evento inteiramente dedicado aos NFT's realizado no Brasil.
Dois mil e um - 1969
A música faz referência ao filme de Stanley Kubrik lançado um ano antes.
Essa canção complementa a música futurologia do mesmo álbum, com uma distopia e novas condições humanas.
Cibernética - 1974
Essa é uma música menos conhecida de Gilberto Gil, tem apenas um registro ao vivo de 1974. Nessa canção Gil se mostra deslumbrado com a tecnologia cibernética, com algumas ressalvas e sem saber como será no futuro. Fala que a ciência deve ser livre, e não ficar apenas na mão da elite.
Queremos Saber - 1976
Essa música fala sobre o acesso a informação de qualidade, da democratização das informações científicas em plena Ditadura Militar no Brasil.
Parabolicamará - 1992
Nessa canção é feito um paralelo entre passado, presente e futuro. A parabólica tornou-se um elemento comum em toda a extensão do país, por causa da TV chegando em todas as localidades, até mesmo no interior e nos serrões.
A música tem rítimo regionalista dos sertões do nordeste, com o refrão repetido várias vezes e a palavra camará que é tipica da capoeira. Constratando com as referência da nova tecnologia chegando no mundo antigo, com diversas comparações entre limitação que existiam e as possibilidades de expansão que as novas tecnologias proporcionam.
Pela internet - 1996
Essa canção tem uma visão mais otimista da internet, falando de como ela pode aproximar pessoas que estão muito distantes. Também fala da facilidade de acesso a informação e difusão de cultura. Também cita alguns riscos que a tecnologia oferece.
Pela internet 2 - 2018
Depois de 22 anos Gil faz uma nova versão da música pela internet, com uma visão mais pessimista sobre ela. A canção mais uma vez parece refletir a situação da internet, com uma letra que parece mais longa, mas com menos conteúdo.
Clique nos likns e veja uma analise completa das músicas com a letra e questões sobre elas.
Lunik 9
Cérebro eletrônico
Vitrines
Futurível
Dois mil e um
Cibernética
Queremos Saber
Parabolicamará
Pela internet
Pela internet 2
Entrevistas:
Em entrevista para folha em junho de 2021 Gilberto Gil disse que o desenvolvimento da tecnologia precisa vir com distribuição de riqueza. Nessa entrevista o ex ministro da cultura também fala que a tecnologia tem seu lado bom e ruim, do salto que houve por causa da pandemia, do crescimento substancial dos crimes cibernéticos, interpretações e atualizações de suas letras, entre outros assuntos relacionados ao desenvolvimento tecnológico.
Essa entrevista está disponível no site da folha no link abaixo.
Se você não conseguir ler a matéria por algum bloqueio, dá uma olhada nesse artigo e descubra como tirar.
Certa vez Gilberto Gil posou para fotos na revista "Imagine" e simularam poderes nele com computação gráfica. Em entrevista para a revista ele disse: "Eu sou mesmo um promotor dessa coisa, gosto de instigar o
interesse do homem por essa complexidade de sua relação com a máquina,
para o bem e para o mal. Acho que quanto mais gente se interessar, mais
democrática fica a possibilidade de relacionamento homem e máquina".
Se souber de mais alguma música do Gil que faltou na lista, deixe nos comentários.
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